quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Jornalismo na Web: O universo dos blogs

Fonte: Obsservatório da Imprensa
Texto: Luis Nassif

O fenômeno dos blogs veio para ficar. Nos últimos dias participei de três seminários para discutir o tema. Há quem considere os blogs apenas uma forma de jornalismo se valendo de novas tecnologias. Na verdade, trata-se de uma mudança fundamental na forma de fazer jornalismo.

O jornalismo tradicional obedece a uma espécie de linha de produção com responsabilidades diluídas. Começa com a pauta. O chamado "aquário" (direção) planeja algumas matérias, o pauteiro de cada editoria consolida as sugestões e apresenta as suas.

Em geral se tem um pauteiro por editoria. Ele lê os jornais, recebe os releases das assessorias de comunicação, recebe a relação de eventos programados para o dia, das diversas sucursais.

A partir daí seleciona as pautas. A pauta é um roteiro a ser seguido pelo repórter. Contém algumas perguntas básicas, algumas orientações genéricas ou específicas e o nome de fontes a serem consultadas. Como o pauteiro é grande, mas não é dois, as questões quase sempre são genéricas e as fontes quase sempre são as mesmas.

A pauta é entregue para o repórter, em geral jornalista iniciante. Sem experiência na matéria, em apenas um dia terá que conseguir falar com a fonte, perguntar-lhe sobre o tema em geral (para entender do que está falando) e formular as perguntas solicitadas.

O repórter volta para a redação, entrega a matéria para o redator, que revisará o texto e eliminará erros mais evidentes.

Finalmente a matéria é paginada, cabendo ao editor fazer a manchete. Muitas vezes a matéria sai do "aquário" com determinado enfoque. O repórter, em contato com a notícia, apura visões distintas. Para manter o enfoque original, em muitos jornais haverá manchetes que não reproduzem fielmente o texto. Em parte devido à pressa do fechamento; em parte para atender às solicitações do "aquário".

Conceito ampliado

Nos blogs jornalísticos, o jogo é diferente. O blogueiro coloca uma nota. Os leitores entram comentando. Muitas vezes meramente para externar sua opinião. Outras vezes, trazendo informações adicionais, questionando o enfoque escolhido. São milhares de pessoas espalhadas por várias localidades. Dependendo do ambiente criado poderá haver uma riqueza e rapidez informações imbatível. Dependendo do ambiente, informações incorretas ou injuriosas.

No estágio atual, há muita catarse nos blogs. Em parte provocado pelas possibilidades abertas pelo novo "brinquedo". O leitor médio ganhou direito ao consumo nos anos 1970, ao voto nos anos 1980, à opinião, nos anos 1990, mas ainda de forma estática - enviando cartas aos jornais ou, através de pesquisas, induzindo o jornal a dar o que ele deseja. Com a internet, ele passa a ser voz ativa no processo. Pode opinar diretamente, sem intermediários.

No primeiro momento, o abuso faz parte do jogo. Depois, o sistema amadurece como um todo.

A próxima etapa da internet e do sistema de blogs será a ampliação do conceito de comunidades - que hoje já existe em portais tipo Orkut. Comunidades de estudiosos, ou de empresas se juntarão no mesmo ambiente, trocando informações, produzindo informações e fazendo negócios.

Pesquisa Ibope

Segundo dados do Ibope, a maior parte dos leitores de blogs jornalísticos está na faixa etária superior a 30 anos. Os leitores mais novos freqüentam mais blogs não-jornalísticos. E buscam informações de uso prático, como ferramentas de hacker, relacionamento, trocas de músicas etc. Por isso a idéia de que os blogs jornalísticos ainda são, no fundo, extensão do colunismo nos jornais.

Fim do jornal?

A idéia de que a internet vai substituir os jornais é falsa, segundo consenso dos debatedores de evento promovido pela Lew Lara Propaganda. Como lembrou o professor Carlos Chaparro, jornal não é meramente o que sai publicado em papel. Um jornal é uma instituição, com personalidade própria, leitores, formas de tratar a informação. O fato de sair em forma impressa ou digital é detalhe, não o essencial.

Credibilidade dos blogs

Questionou-se a questão das informações não-identificadas, ou dos spams que circulam pela internet. Ou mesmo de blogs falsos, como alguns criados para iludir a opinião pública. Nos Estados Unidos, por exemplo, fez sucesso um blog que era feito por um Steve Job (o criador da Apple) falso. Esse caos faz parte do jogo inicial. Com o tempo o próprio público irá criar âncoras de opinião, onde se escudar.

Imprensa à deriva: Onde a pauta? A pauta acabou?

Fonte: Observatório da Imprensa
Texto: Luiz Paulo Costa


Um dos procedimentos mais importantes na imprensa, em especial a escrita, é a elaboração da pauta jornalística. Elaborar uma boa pauta representa um elevado percentual para uma boa matéria. Lembro-me bem das pautas que recebia como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo em São José dos Campos, na década de 1970. Eram elaboradas pelos jornalistas Raul Martins Bastos (chefe do Departamento de Sucursais e Correspondentes), Ariovaldo Bonas e outros também excelentes profissionais de imprensa.

Lembro-me bem de uma pauta do jornalista Raul Martins Bastos, publicada no "Caderno de Jornalismo" do JB. Era citada, por professores de jornalismo e editores que conheci, como exemplo de pauta jornalística. Buscava tornar compreensíveis e acessíveis ao repórter os fatos a desvendar e levá-lo a enxergar os acontecimentos por todos os seus aspectos, ângulos e pontos de vista. Não era pauta apenas de quem conhecia o ofício de jornalista aprendido na escola formal ou da vida, mas de quem apreendeu a cultura jornalística capaz não só de conhecer e descrever os fatos, mas de enxergar as coisas do mundo sob todos os seus aspectos.

Trabalhar com uma pauta bem elaborada facilitava enormemente a coleta de informações e a redação do texto, de forma que o redator (copydesk) pudesse encontrar nas palavras usadas com precisão todo o cenário dos acontecimentos. E os títulos e subtítulos também acompanhavam o ritual jornalístico, reproduzindo exatamente aquilo que a matéria jornalística descrevia para os leitores. Não havia surpresas ou sustos. Nem para o repórter, muito menos para os leitores.

No dia seguinte, as surpresas

Hoje em dia, quando leio os jornais e revistas, fico em dúvida se aquilo que está publicado decorre de uma boa pauta jornalística. Apesar de toda a deficiência que se possa apontar nos cursos de jornalismo, o ofício também é capaz de ensinar através de uma boa pauta. É óbvio que deve haver o acompanhamento, a avaliação e a cobrança do trabalho de reportagem. Mas tudo começa por uma boa pauta jornalística.

E o que dizer do quase total desaparecimento do redator (copydesk)? A redução de custos parece que levou à solução "três em um" (pauteiro, repórter e redator)! Ou, pelo menos, "dois em um"(repórter e redator). A eliminação de estágios intermediários numa linha de produção industrial pode levar à redução de custos e, às vezes, até ao aumento da produtividade sem perda da qualidade do produto. No caso da produção jornalística, no entanto, apenas se os profissionais empregados forem superdotados isto será possível. E eles existem, sim, mas não são tão numerosos a ponto de atender a todo o mercado editorial brasileiro.

E na busca de culpados pela perda da qualidade de jornais e revistas, sobra para os recém-formados, os focas, enquanto os escalões superiores mais preparados apenas escrevem bilhetes. Daí, aqueles que são capazes de escrever bilhetes sem erros ou mesmo alinhavar uma pauta razoável em cinco linhas, acabam induzindo os repórteres a apenas coletar as informações para confirmar a matéria que já está desenhada pelos editores. E, no dia seguinte, as surpresas - para repórteres e leitores. Principalmente nos títulos para interessar os leitores. Mas que nem sempre correspondem aos textos das matérias jornalísticas.

Melhorar a qualidade

Para escrever este artigo, e perguntar se a pauta acabou, li a excelente tese de Cristina Rego Monteiro da Luz, "A pauta jornalística e suas mediações", apresentada e aprovada no Curso de Doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Um olhar acadêmico sobre a pauta jornalística, sua elaboração e estrutura. Defende a tese de que a pauta, generalista ou por editorias, é um instrumento referencial significativo e inexplorado no estudo sobre o processo de produção da notícia no Brasil. "Recurso organizacional nas redações dos maiores jornais do país, especialmente a partir da década de 50, a pauta revela ideologias, estruturas de poder, injunções políticas, econômicas e sociais ao longo da história da imprensa no país", desvenda a tese. Ali descobri, também, que o cargo de pauteiro foi uma invenção nacional.

Consultando o amigo jornalista Ruy Lopes e sua vasta experiência, em especial como ex-editor chefe da Folha de S. Paulo, quando lia tudo que seria publicado, dele ouvi que uma boa pauta era uma verdadeira matéria jornalística. Sem dúvida alguma, os jornais e revistas deveriam recriar a editoria de pauta, que existiu no Jornal do Brasil em 1966, tendo como titular o jornalista Fernando Gabeira. Talvez assim melhorasse a qualidade de nossos jornais e revistas, e teríamos menos surpresas e sustos ao lê-los.

Parabéns, blogueiros

Fonte: BBC Brasil, 31 de agosto de 2007
Texto: Ivan Lessa

Não fui eu quem disse. Deu no jornal. Num artigo de Scott Rosenberg. Saiu no The Guardian. Scott é co-fundador do prestigiadíssimo sítio Salon, autor do livro Sonhando em Código e blogueia em wordyard.com.

O autor e blogueiro começa seu artigo dizendo que, neste impagável ano da graça de 2007, o ato de bloguear está completando 10 anos de vida.

Em seguida, põe o fato em dúvida: argumenta que é o que dizem. Que o apagar de velinhas merece ser posto em dúvida. Portanto, logo de início, o jornalista, autor, sitiante e blogueiro põe na mesa as credenciais.

Faz o que toda gente dessa estirpe deve fazer: levantar dúvidas. Como bom blogueiro. Dúvidas quanto ao aniversário. Verdade que a cara dele foi livrada pelo próprio, uma vez que optou pela solução Gutemberg.

Fosse no blogue dele, lá estariam os habituais 81 comentários: xingando, duvidando, dando dados, subtraindo informações. O de sempre, enfim.

Tudo bem. Bloguear é sobre os amadores passarem a bola por entre as pernas dos profissionais e deixá-los caídos de bunda no meio do campo.

Parafraseio um trecho de Rosenberg, que insiste no fato de não haver uma data precisa para a comemoração. O Wall Street Journal, que não é bem uma publicação de se jogar fora, afirmou em artigo recente que o “primeiro blogueiro” (atenção para as aspas) foi um cavalheiro por nome Jorn Barger, com um – para dar o nome de batismo completo – weblog intitulado Robot Wisdom, ou seja, sabedoria robô.

Besteira do Journal: choveram reclamações, blogueou-se adoidado por este mundo afora, todos blogueadores gozando e reafirmando o fato de que não tem jeito mesmo, jornal e jornalismo nunca irão publicar as coisas direitinhas como eles são, foram ou deixaram de ser.

Mais um confronto entre papel e eletrônica. Esta última, ao que parece, ganhando de lavagem, ao menos em números.

Certos fatos (ou factos)

Em primeiro lugar, toda a graça dos blogues é que não há fatos. Há suposições, há versões, há interpretações. O mundo é muito pessoal e só pessoalmente há como entendê-lo e interpretá-lo.

Mais: o mundo começa em casa, diante do computador e o longo e, por vezes, doloroso processo de pesquisar as coisas que vai se bloguear.

Ainda mais: o blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos.

Ou ainda se posta (post?) um clipe da Ava Gardner ou do Errol Garner tocando Laura no piano. É a pura vontade de se botar para fora, em ordem e pensado, o que se passou e passa pela cabeça do indivíduo. E o que a ele dá prazer ou alegria.

Eu, cá entre nós, sou chegado aos blogues que lidam com as coisas que me falam mais de perto aos meus interesses: música popular de qualidade, cinema, passadismos.

Política me deixa gelado. Meu negócio é papo. Não entra na fila dos comentários por pura timidez. Embora já tenha entrado, dados meus pontapés e dito minhas besteiras.

Sem livro, please

Os blogues já foram reunidos e publicados em livro. Em muitas línguas. Principalmente em inglês, que é a língua da Net. Até agora. Já teve livro inclusive em nosso português.

Antes, claro, da reforma ortográfica que vem aí. No que aproveito para dar – não usarei o termo “pauta” – uma deixa: blogueiem com fúria essa reforma. Com fervor: por favor.

Mas eu dizia que blogue em livro não funciona. Mesmo. Vira velho de terno e gravata de pé em frente à praia com a mão direita no bolso urubuservando as mocinhas que passam. Há uma certa obscenidade no blogue em formato de livro.

Blogue, essa a verdade, é o maior buteco do mundo. Buteco, sim, senhor. Com U. O que só se pode discutir em blogue. Outro que também merece uma lenha: é blog ou blogue? É site ou sítio? Eu prefiro sítio. Porque me lembra o Picapau Amarelo. Eu prefiro blogue. Talvez porque tenha uma pinta assim de blague.

Senta aí, companheiro. Puxe uma cadeira. Vai querer o quê? Uma cerveja estupidamente gelada? No problemo, como dizem os Bart Simpson da vida. Diga lá. Vamos.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A Vale é nossa: Campanha pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce

Fonte: Caros Amigos, Ano XI, Número 125, Agosto de 2007

Movimentos sociais promovem plebiscito popular sobre a privatização da Cia. Vale do Rio Doce

Iniciativa questiona venda da empresa em 1997 e é apoiada por juristas e setores da igreja, que apontam irregularidades no processo de privatização.

Entre os dias 1 e 9 de setembro, um coletivo nacional de mais de 60 organizações sociais e políticas e entidades ligadas à Igreja Católica promove um plebiscito popular que retoma o debate sobre a legalidade do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, realizada em maio de 1997 durante o governo Fernando Henrique Cardoso. No plebiscito, que terá urnas de votação em todos os estados do país, a população poderá opinar sobre a manutenção ou anulação do leilão. O resultado do pleito será divulgado no dia 25 de setembro, quando os movimentos deverão entregar uma cópia do registro do processo e da apuração aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (STJ e STF).

Segundo os organizadores do Plebiscito – MST, CUT, Conlutas, Intersindical, UNE, Assembléia Popular, Pastorais Sociais da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre outros -, a intenção é retomar a discussão sobre a alienação de recursos naturais estratégicos do país para o capital internacional, e a conseqüente ameaça à soberania nacional, tema que já mobilizou ações em outros paises, como Bolívia (guerra da água em Cochabamba e nacionalização do petróleo e do gás), Argentina e Uruguai (água).

As organizações sociais também questionam as perdas econômicas para o Brasil com a venda da Vale. À época da privatização, a empresa detinha um patrimônio avaliado em R$ 10 bilhões, com valor de venda estimado em R$ 92 bilhões; entretanto, o preço final pago no leilão foi de R$ 3,3 bilhões de reais. Também anunciou-se naquele momento que a empresa tinha 3 bilhões de toneladas em reservas de minério de ferro. Um ano depois, segundo os novos acionistas, foram declarados 13 bilhões de toneladas em reservas.

As justificativas para a privatização da Vale na época eram a hipotética incapacidade do Estado em gerir a empresa e a necessidade de gerar caixa para pagar a dívida. De acordo com a auditora fiscal da Receita Federal, Maria Lucia Fatorelli, presidente do Unafisco Nacional e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida pela Campanha Jubileu Sul, a justificativa de que as privatizações ajudaram a diminuir a dívida brasileira não se sustenta. “Vendemos as empresas, perdeu-se o patrimônio, e a dívida aumentou. Hoje a dívida interna ultrapassa 1 trilhão de reais, e a dívida externa é de mais de 200 milhões de dólares”, aponta Maria Lúcia. “No último ano, cerca de 36,7% do orçamento público foi destinado ao pagamento de juros e amortizações dessas dívidas”, completa. Em 2006, o lucro líquido da empresa foi de R$ 12,4 bi.

Do ponto de vista jurídico, advogados que acompanharam o caso levantam outros problemas. “O Bradesco, um dos responsáveis pela avaliação da empresa, transformou-se em um dos acionistas, o que é proibido”, aponta Eloá Cruz, que ingressou com uma das mais de 100 ações contra a venda da empresa. A ação de Cruz pede a declaração de nulidade do leilão, por conta desta e de uma série de outras irregularidades constatadas no processo.

Para Fábio Konder Comparato, jurista e professor da USP, a questão vai além do próprio processo de privatização. Segundo o jurista, o Estado não poderia nem sequer vendê-la sem consultar a população. “O Estado brasileiro não era dono da Cia.Vale do Rio Doce. A Vale é um patrimônio que pertence ao povo brasileiro; o Estado é mero gestor. Ora, nenhum mandatário, nenhum gestor, pode vender um bem que pertence ao proprietário sem o consentimento dele”, defende Comparato.

Os processos judiciais que questionam a venda da Vale do Rio Doce continuam correndo, e nesse momento esperam uma decisão da 1ª seção do Supremo Tribunal de Justiça, em Brasília, que avalia a necessidade das ações terem seu mérito julgado em conjunto. Essa possibilidade legal de declaração de nulidade do leilão dá esperança aos movimentos que propõem o plebiscito. Para eles, a realização da consulta popular permite à população o exercício de seu direito de opinar sobre o destino da nação. "O plebiscito promove o exercício legítimo e legal de decisão sobre temas importantes, como o uso e destino de nossas reservas minerais, e pode ser um indicativo para que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário respeitem também a vontade do povo", afirma João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST.

Grito dos Excluídos encampa plebiscito

O Grito dos Excluídos, evento nascido no Brasil e que ocorre anualmente em toda a América Latina no dia 7 de setembro, adotou a defesa da consulta popular sobre a Vale como lema de sua 13ª edição. De acordo com a Pastoral Social do Migrante, principal organizador da mobilização, as manifestações do Grito em todo o país, especialmente na marcha na capital paulista e no ato em Aparecida do Norte (interior de SP), devem convocar a população para participar das votações.

A iniciativa do plebiscito popular já foi utilizada para promover o debate sobre outros temas, como o questionamento da divida externa brasileira, em 2000, e da implementação da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca), em 2002. Esta última consulta teve a participação de 10 milhões de votantes.

Agora, o plebiscito popular perguntará se a Vale deve continuar nas mãos do capital privado. Pergunta semelhante foi feita em pesquisa nacional realizada em junho deste ano pelo Instituto GPP, encomendada pelo DEM (ex-PFL). Nela, 50,3% da população se colocaram a favor da retomada da Vale pelo Estado, enquanto 28,2% foram contrários e 21,5% não souberam responder. O plebiscito também consultará a população sobre a dívida pública, a gestão da energia elétrica e a reforma da previdência.

A Campanha "A Vale é nossa" produziu um documentário sobre o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, que está dividido em três partes e disponível na internet nos seguintes endereços:


http://br.youtube.com/watch?v=LM6oph1muCI


http://br.youtube.com/watch?v=qBEK1Wup0dw


http://br.youtube.com/watch?v=GfwlYZeVjF4

Mais informações sobre o Plebiscito,
locais e forma de votação podem se encontradas no site oficial da campanha, http://www.avaleenossa.org.br/